17. Transformações lineares e a geometria do \(\mathbb{R}^2\)

  • Questionário: terça, 10 de agosto de 2021

  • Aula síncrona: quinta, 12 de agosto de 2021

17.1. Bibliografia

  • Boldrini 5.2

  • Strang 8.7

17.2. Transformações lineares na geometria

  • Escala (expansão/contração) no \(\mathbb{R}^2\) e no \(\mathbb{R}^3\)

  • Reflexão em torno de um eixo/plano

  • Rotação de um ângulo \(\theta\) em torno da origem

  • Cisalhamento horizontal/vertical no \(\mathbb{R}^2\)

  • Cisalhamento entre planos no \(\mathbb{R}^3\)

17.2.1. Resumo

Nota

Representaremos os vetores do \(\mathbb{R}^2\) como pontos no plano e os de \(\mathbb{R}^3\) como pontos no espaço. (A convenção de extremidade de um vetor que aprte da origem, como em VGA). As transformações a seguir são utilizadas em computação gráfica, por exemplo, para modificar imagens, determinadas por conjuntos de pontos/vetores. Entenda as modificações nas figuras como o efeito da transformação em cada um dos pontos (pixels) da imagem.

As representações matriciais serão escritas inicialmente considerando a base canônica.

Escala

Transformação que modifica (escala/escalona) os vetores, multiplicando sua norma por um fator positivo \(\lambda\) constante. Resulta em uma expansão se \(\lambda > 1\) e em uma contração se \(\lambda < 1\)

\[\begin{split}\begin{aligned} S &: \mathbb{R}^2 \to \mathbb{R}^2 & S(x,y) &= \lambda(x,y)\\ \end{aligned}\end{split}\]

A matriz de uma transformação de escala fica

\[\begin{split}\begin{bmatrix}S\end{bmatrix} = \begin{bmatrix}\lambda & 0 \\ 0 & \lambda \end{bmatrix}\end{split}\]
../../_images/boldrini_escala.png

Transformação de expansão. [Boldrini]

Escala assimétrica ao longo de um eixo

Neste caso, apenas uma das componentes é expandida/contraída. É a transformação que leva, por exemplo, um quadrado a um retângulo, ou um cubo a um paralelepípedo com faces retangulares.

Em \(\mathbb{R}^2\), expandido ao longo do eixo \(x\):
\[\begin{split}\begin{aligned} S_x(x, y) &= (2x, y) & \begin{bmatrix}S_x\end{bmatrix} &= \begin{bmatrix}2 & 0 \\ 0 & 1 \end{bmatrix} \end{aligned}\end{split}\]
Em \(\mathbb{R}^3\), contraindo ao longo do eixo \(z\):
\[\begin{split}\begin{aligned} S_z(x, y, z) &= \left(x, y, \frac{1}{3}z\right) & \begin{bmatrix}S_z\end{bmatrix} &= \begin{bmatrix}1 & 0 & 0 \\ 0 & 1 & 0 \\ 0 & 0 & \frac{1}{3} \end{bmatrix} \end{aligned}\end{split}\]
Reflexão em torno de um eixo/plano

Esta transformação leva os pontos de um lado do eixo/plano aos pontos simétricos no lado oposto. Algebricamente é uma troca de sinal da componente ortogonal ao eixo/plano.

Em \(\mathbb{R}^2\), uma reflexão em relação ao eixo \(x\):
\[\begin{split}\begin{aligned} R_x(x, y) &= (x, -y) & \begin{bmatrix}S_x\end{bmatrix} &= \begin{bmatrix}1 & 0 \\ 0 & -1 \end{bmatrix} \end{aligned}\end{split}\]
../../_images/boldrini_reflexao.png

Reflexão em relação ao eixo \(x\). [Boldrini]

Em \(\mathbb{R}^3\), uma reflexão em relação ao plano \(yz\):
\[\begin{split}\begin{aligned} R_{yz}(x, y, z) &= (-x, y, z) & \begin{bmatrix}R_{yz}\end{bmatrix} &= \begin{bmatrix}-1 & 0 & 0 \\ 0 & 1 & 0 \\ 0 & 0 & 1 \end{bmatrix} \end{aligned}\end{split}\]

Nota

A reflexão não muda a norma dos vetores. O efeito é como se houvesse um espelho no plano de reflexão.

Nota

No \(\mathbb{R}^2\), a reflexão se dá em relação a um eixo e no \(\mathbb{R}^3\) a reflexão se dá em relação a um plano. Em ambos os casos, apenas o sinal de uma componente muda.

No \(\mathbb{R}^3\) é possível realizar a reflexão em relação a um eixo, mas essa transformação é o resultado de reflexões em cada um dos planos gerados por esse eixo, portanto cnsideramos a reflexão em um plano como primitiva.

Reflexão (inversão) na origem

Leva cada vetor a seu oposto:

\[\begin{split}\begin{aligned} T(x, y, z) &= (-x, -y, -z) & \begin{bmatrix}T\end{bmatrix} &= \begin{bmatrix}-1 & 0 & 0 \\ 0 & -1 & 0 \\ 0 & 0 & -1 \end{bmatrix} \end{aligned}\end{split}\]
../../_images/boldrini_inversao.png

Inversão pela origem. [Boldrini]

Rotação de um ângulo \(\theta\):

Os vetores são girados por uo ângulo :math: theta em torno da origem, no caso do \(\mathbb{R}^2\), ou em torno de um eixo (que passa pela origem) no caso do \(\mathbb{R}^3\). Os vetores do eixo não mudam.

No plano:
\[\begin{split}\begin{aligned} R_\theta(x, y) &= (x \cos(\theta) - y \sin(\theta), y \cos(\theta) + x \sin(\theta)) & \begin{bmatrix}R_\theta\end{bmatrix} &= \begin{bmatrix}\cos(\theta) & -\sin(\theta) \\ \sin(\theta) & \cos(\theta) \end{bmatrix} \end{aligned}\end{split}\]
../../_images/boldrini_rotacao.png

Rotação de um ângulo \(\theta\) em relação à origem. [Boldrini]

No espaço, em torno do eixo \(z\):

No plano \(xy\), a rotação ocorre como no caso do \(\mathbb{R}^2\), enquanto a componente \(z\) não muda:

\[\begin{split}\begin{aligned} R_{\theta, z}(x, y, z) &= (x \cos(\theta) - y \sin(\theta), y \cos(\theta) + x \sin(\theta), z) & \begin{bmatrix}R_{\theta, z}\end{bmatrix} &= \begin{bmatrix}\cos(\theta) & -\sin(\theta) & 0 \\ \sin(\theta) & \cos(\theta) & 0 \\ 0 & 0 & 1 \end{bmatrix} \end{aligned}\end{split}\]
No espaço, em torno do eixo \(x\):

No plano \(yz\), a rotação ocorre como no caso do \(\mathbb{R}^2\), enquanto a componente \(x\) não muda, então a matriz de rotação aparece “deslocada”:

\[\begin{split}\begin{bmatrix}R_{\theta, x}\end{bmatrix} = \begin{bmatrix} 1 & 0 & 0 \\ 0 & \cos(\theta) & -\sin(\theta) \\ 0 & \sin(\theta) & \cos(\theta) \end{bmatrix}\end{split}\]
Cisalhamento no \(\mathbb{R}^2\)

Transformação que leva retângulos a paralelogramos. Linhas/planos paralelos à direção de cisalhamento não mudam, mas a direção ortogonal passa a ter uma inclinação determinada pelo fator de cisalhamento \(m\):

Cisalhamento horizontal

Ao longo do eixo \(x\):

\[\begin{split}\begin{aligned} C_x (x,y) &= (x + my, y) & \begin{bmatrix}C_x\end{bmatrix} &= \begin{bmatrix} 1 & m \\ 0 & 1 \end{bmatrix} \end{aligned}\end{split}\]
../../_images/boldrini_cisalhamento.png

Cisalhamento horizontal. [Boldrini]

Cisalhamento vertical

Ao longo do eixo \(y\):

\[\begin{split}\begin{aligned} C_y (x,y) &= (x, y + mx) & \begin{bmatrix}C_y\end{bmatrix} &= \begin{bmatrix} 1 & 0 \\ m & 1 \end{bmatrix} \end{aligned}\end{split}\]

Nota

No cisalhamento horizontal/vertical puro, a altura/largura da figura não se altera.

Cisalhamento no \(\mathbb{R}^3\)

No espaço, o cisalhamento se dá pelo deslocamento de planos paralelos em uma direção dada, conforme o exemplo:

Cisalhamento no plano \(xy\) ao longo da direção \(x\):
\[\begin{split}\begin{aligned} C_{xy,x} (x,y, z) &= (x + mz, y, z) & \begin{bmatrix}C_y\end{bmatrix} &= \begin{bmatrix} 1 & 0 & m \\ 0 & 1 & 0 \\ 0 & 0 & 1 \end{bmatrix} \end{aligned}\end{split}\]

17.2.2. Videoaula

17.3. Transformações afins e coordenadas homogêneas

  • Translação como transformação não-linear

  • Coordenadas homogêneas como projeção

  • Translação em coordenadas homogêneas: operador linear

  • Demais transformações em coordenadas homogêneas

  • Composição de transformações

17.3.1. Resumo

Em breve…

17.3.2. Videoaula

17.4. Lista de exercícios

17.5. Material suplementar

17.5.1. Videoaulas

UNIVESP — Álgebra Linear - Aula 08 - Transformações lineares planas: a partir dos 10:30
UNIVESP — Álgebra Linear - Aula 09 - Transformações lineares espaço

17.6. Referências

Boldrini(1,2,3,4,5)

Boldrini; Costa; Figueiredo; Wetzler Álgebra Linear, 3a edição, Editora Habra